domingo, 21 de outubro de 2012

Prova oral da AGU


Caros colegas,

Recebi alguns pedidos para tratar a respeito da prova oral da AGU, razão pela qual estou trazendo este post ao blog.

Primeiramente, eu destaco que a minha prova oral foi em 2009, portanto, lá se vão mais de três anos, de modo que é provável que eu não me recorde bem dos detalhes. Por outro lado, também não conheço como será a sistemática da atual prova oral, razão pela qual me limitarei a narrar como foi a última prova oral.

Bom, os aprovados (na casa dos 200/300, eu creio), foram divididos em turnos, segundo ordem alfabética. Fiquei logo no primeiro turno. 

Todos os candidatos do turno tinham que estar presentes no mesmo horário. A ordem da arguição era determinada por sorteio realizado na hora em que você chegava (você sorteava uma bolinha numerada dentro um de saco, o número da bola era a sua ordem de arguição). Lembro que eu peguei a bolinha 42, do total de 47, salvo engano, de maneira que tive que esperar de 13h até bem próximo das 18h para ser convocado. Para quem vai ficar por último, é bem ruim ter que esperar horas e horas, controlando o nervosismo, a ansiedade, a fome etc... Portanto, aconselho a levar água e alguma comida (chocolate, barra de cereal), porque a espera pode ser longa.

Todos os candidatos ficavam em uma sala reservada (sem acesso a computador, celular etc..., mas com acesso a livros, vade mecum, anotações etc...) e iam sendo chamados, conforme a sua numeração. Após a arguição, saiam por outro local, sem contato com aqueles que permaneciam na sala reservada.

Um ponto interessante: Antes de cada turno, alguma pessoa sorteava, dentre alguns envelopes, o envelope das questões referentes àquele turno. Ou seja, cada envelope já continha, por escrito, todas as perguntas que seriam formuladas no turno. Assim, no mesmo turno, todos os candidatos responderam as mesmas perguntas. Voltando às questões, embora já estivessem escritas, os examinadores poderiam complementá-las, de acordo com a evolução da arguição e com as respostas dos candidatos.

Na última prova oral, só foram examinadas cinco matérias: Constitucional, Administrativo, Civil, Processo Civil e Econômico/Financeiro. Os examinadores ficaram em três salas distintas, sendo uma sala pra Constitucional e Econômico/Financeiro, uma sala pra Civil e Processo Civil, e uma sala só pra Administrativo. Porém, para dar agilidade à arguição, existiam dois grupos de examinadores de cada matéria. Ou seja, existia o grupo 1 (que arguia todas as matérias) e o grupo 2 (que arguia todas as matérias), de modo que, embora as questões por turno fossem iguais, metade era arguido por examinadores do grupo 1, e a outra metade pelos examinadores do grupo 2. 

Não me recordo exatamente o tempo de cada arguição, mas era coisa rápida, de 5 a 10 minutos, creio eu.

O procedimento da arguição era o seguinte: O candidato entra na sala para a qual é encaminhado e senta-se na cadeira. Na cadeira, estará a folha com as questões sorteadas. Assim, após dizer o seu nome (tudo é gravado), ele deveria ler, em voz alta, as questões e responder. Após, o examinador poderia fazer perguntas, debater com o candidato etc...

É isso que eu me recordo.

Ah, e se alguém já ouviu falar na lenda da pergunta sobre o "tripé de Bretton Woods", acredite que não foi lenda não, ocorreu mesmo essa pergunta, e no meu turno...

40 comentários:

  1. Muito obrigado mais uma vez pela ajuda! Você poderia dar alguma dica de uma boa forma de estudar para essa prova oral? Estudar todas as matérias ao mesmo tempo? Ler mais caderno de cursinho, lei seca ou informativo? Fico muito agradecido se você puder colaborar.

    Abraços

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    1. É hora de saber falar algo de cada ponto do edital. Não adiante saber tudo de um ponto que não te será cobrado. Deve-se priorizar, na minha opinião, lei seca, súmulas e jurisprudencias.

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  2. Pois é, estou com medo de perguntas no estilo tripé de Bretton Wood...rs.

    Como aconselharia o estudo doutrinário? Pegar livros de doutrinadores mais densos, como Celso Antônio, Gilmar Mendes, Nelson Rosenvald, ou focar em cadernos, resumos etc., para decorar classificações?

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    1. É hora de horizontalizar o conteúdo, saber um pouco de cada ponto que possa ser cobrado. Penso que se deva focar em lei seca, súmulas e jurisprudências.

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    2. Muito obrigado Bruno! Seu blog tem sido de grande valia para todos nós concurseiros!

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  3. Dr. Bruno, como você fez, na fase oral, para estudar um pouco de cada conteúdo em tão pouco tempo. Utilizou resumos, cadernos ou doutrinas? O pessoal, no correioweb, indica inúmeras obras, mas é impossível estudá-las em tão pouco tempo.

    Para a 1ª fase é possível estudar por doutrinas (há mais tempo e etc), mas para a dissertativa e oral não dá tempo. O que fazer nesse caso?

    Grata

    Renata

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    1. Renata, acredito que para a prova oral a ordem de importância é: dominar a lei seca, dominar a jurisprduencia e dominar a doutrina. O ideal, é claro, seria dominar as três coisas.

      90% das mensagens do cweb não servem para não, vêm de pessoas que não sabem o que estão falando e só querem "aparecer". Vi, uma vez, um cidadão que disse que já tinha lido mais de 20 livros de processo penal. Pergunto, ele vai fazer concurso pra professor titular da USP em processo penal? Ocweb tem que ser bem filtrado, para ser útil.

      Se você gosta de resumos, a hora de usá-los é essa mesmo.

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  4. Ótimas dicas, Bruno! Tenho uma dúvida: a gente já fica sabendo das notas na hora, ou somente depois?

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    1. A nota só saiu depois, no site da cespe.

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    2. Muito obrigada, Bruno! Confesso que estou totalmente perdida com essa prova oral. Suas dicas estão ajudando a me trazer tranquilidade.

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  5. Amigo Bruno, o candidato que erra uma pergunta na prova oral costuma reprovar? Quais são as suas dicas para quem errar uma pergunta?

    Muito obrigado!

    Maurício

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    1. Essa história de que errar uma questão em prova oral reprova é conversa. A pergunta sobre o tripé de bretton woods, acho que 2 ou 3 pessoas somente acertaram. Eu simplesmente disse que não sabia responder. E mesmo assim fui aprovado.

      Se você não sabe uma pergunta, nem tem como tentar desenvolver uma resposta minimamente aceitavel (puxar algum principio constitucional), o melhor é reconhecer que não se recorda do tema, esquecer a pergunta e se concentrar em responder as outras.

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  6. Bruno, é verdade que na prova oral costumam cobrar, também, o que o candidato não soube responder bem na prova dissertativa?

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    1. Na prova oral, as perguntas são sorteadas e, no caso da AGU, já estão pré-estabelecidas nos envelopes. Assim,não há como você ser questionado sobre algum tema da discursiva, salvo se tiver alguma relação com a pergunta que já estava feita.

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  7. Então, na sua opinião, não vale a pena estudar doutrina para o exame oral?

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    1. Não foi isso que eu disse. O ideal é estudar tudo: legislação, doutrina e jurisprudência. Agora, em ordem de importância, isto é, se você não conseguir fazer as três coisas, eu citaria dominar a lei seca, depois dominar a jurisprudência e, por fim, dominar a doutrina.

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  8. Dr. Bruno,
    É possível subir muitas posições com a prova oral?
    Obrigada.

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    1. Não sei o peso da prova oral, geralmente vale menos que a subjetiva, p.ex, mas é claro que você pode subir, ou descer, muitas posições.

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  9. Dr. Bruno, por fim, e como você foi Advogado da União, você acha que chamarão todos os aprovados desse concurso no prazo de validade (1 ano prorrogável por mais 1)?

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    1. Eu não fui da AGU. Embora tenha passado, pedi final de fila e, quando chamado novamente, eu não fui. Mas, com toda certeza, todos os aprovados serão chamados, nem se preocupe.

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  10. Bem que eu queria que caísse o tripé Bretton Woods para mim!

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  11. Oi, Bruno.
    Vc acha essencial fazer um curso específico para prova oral?
    Sou de Maceió e aqui não há cursos preparatórios específicos para prova oral e não posso viajar para as cidades que o oferecem, como Rio, BSB, porque não tenho condições de me ausentar do trabalho. Provavelmente, minha única preparação para prova vai ser treinar na frente do espelho. Estou com medo de não me sair tão bem quanto os candidatos que prestarão cursos para prova oral.
    De fato, não tenho o dom da oratória, gaguejo quando estou nervosa e as palavras não me vêem a cabeça. Mas, se eu souber a resposta, consigo falar, talvez engrolando um pouco a lingua e emperrando um pouco na concatenação das ideias, mas falo.
    Ao ver na internet que muitos candidatos irão matricular-se em cursos para fase oral, passei a ficar preocupada no sentido de achar que não conseguirei ter o mesmo desempenho daqueles.
    Por isso, gostaria de saber vc fez alguma preparação específica para a prova oral. E em caso positivo, quais dicas vc daria para quem não tem tempo para prestar tais cursos, como é meu caso.

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    1. Nenhum curso é essencial para nada. Isso é apenas o que os donos desses cursos querem que voces acreditem. Cursos sao importantes, sim, mas o essencial é voce estudar em casa. O curso, ou o professor do curso, nao fará a prova por voce.

      Quanto à prova oral, a dica que eu te daria é tentar encontrar outras pessoas de Maceio para fazer simulacoes de prova oral, perguntando um para o outro etc, como forma de treinar as respostas. Fiz isso para a prova oral do MPF, e achei extremamente util.

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    2. Muito Obrigada, Bruno, pelas dicas.
      Fiquei muito mais tranquila!

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    3. sou de maceió tb e estou fazendo esse concurso, entre em contato comigo anônimo: emily.bd@bol.com.br

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  12. Caro Bruno,

    Vc acha interessante levar algum material para ficar lendo na espera da prova oral, especialmente pela possibilidade de ser um dos últimos arguídos no sorteio? Ou vc acha q ficar estudando na sala só gera uma apreensão maior?

    Desde já agradecido,

    Felipe.

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    1. Felipe, eu te digo para fazer exatamente aquilo que você fez até hoje. Se costuma levar um resumo, um livro pra ler antes das provas, eu diria para levar agora tambem. Se nao costuma, se gosta de ficar conversando ou concetrado antes das provas, não leve. Cada um tem o seu estilo, só acho que nao seja hora de mudar o seu estilo agora, na reta final.

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  13. Dr.Bruno, você poderia escrever um post sobre como iniciar os estudos para o MPF (dicas, cursos, materiais...)?

    Grande abraço,

    Rosana

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    1. Seria melhor o Bruno falar sobre a 1ª fase para o TRF. Vai ter prova no TRF4,pessoal!

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    2. Ótima ideia!

      Josemar

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    3. Pessoal, 1ª fase de TRF elaborado pela Cespe não tem erro. É focar na lei seca, súmulas e informativos. Doutrina quase não é cobrada. Se for elaborado pelo próprio TRF4, não posso ajudar, já que nunca fiz, nem vi, prova do TRF4.

      Por outro lado, já comentei algo sobre a bibliografia do MPF em um post anterior, ao qual remeto vocês. Quanto aos cursos, para a primeira fase, acredito que o melhor seja o Alcance, que é específico para o MPF.

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  14. Dr. Bruno, fugindo um pouco da questão da AGU, eu gostaria de saber se o senhor estudou jurisprudência da CIDH e da CIJ para o concurso do MPF. Em caso afirmativo, teria como comentar como realizou tal estudo?

    Desde já o felicito pelo excelente blog!

    Roberto

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    1. Roberto, eu não estudei nada sobre a jurisprudência internacional. Acredito que os casos mais famosos (e, portanto, importantes) são comentados por André de Carvalho Ramos, Flavia Piovesan e no Manual da ESMPU.

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    2. Muito obrigado, Dr. Bruno. Seu comentário, assim como todos os demais, foi de grande valia.

      Meus cumprimentos,

      Roberto

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    3. Bruno, na sua opinião qual é a obra mais didática/completa de Direitos Humanos (para quem não estudou na faculdade a disciplina)?

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  15. Bruno, acabo de ser aprovado no 26º concurso do MPF.
    Agradeço pelas postagens que tanto me ajudou. De fato, de utilidade pública seu blog.
    Não poderia, após essa grande vitória, deixar de agradecê-lo. Felicidade imensa.
    Abraço e obrigado.
    Gustavo

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  16. Dr. Bruno, fui aprovado para a prova oral da AGU e, apesar das ótimas explicações suas aqui, ainda estou com uma dúvida. A convocação da prova diz que cada arguição será realizada em cinco minutos e que as perguntas já estão prontas por escrito para que o candidato leia e responda, assim como ocorreu no seu concurso. Gostaria de saber em torno de quantas perguntas são propostas e se é obrigatório responder a todas, tendo em vista o tempo exíguo, especialmente porque com as perguntas orais dos examinadores pode não ser possível controlar tão bem o tempo das respostas. Desde já agradeço a atenção e parabéns pelo blog.

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    1. Caro James,

      No último concurso, pelo menos, as questões eram bastante objetivas, de modo que você conseguia respondê-las dentro do prazo. Se há perguntas formuladas e você não as responde, certamente perderá pontos. Portanto, tem que ser bastante objetivo e preciso, sem enrolações. É preto no branco. Responder o que for perguntado. As perguntas orais só são feitas após você terminar de responder as perguntas por escrito. Assim, eles só iriam perguntar para voce se houver tempo.

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  17. Dr. Bruno, fui convocada para fazer a prova oral de procurador federal 2013. Como falta muito pouco tempo para a prova oral, pensei em refazer algumas provas orais. Você sabe como posso ter acesso a essas provas? Obrigada,

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